quarta-feira, janeiro 03, 2007

Despedida

"It's fun to lose and to pretend"
in Smells Like Teen Spirit - Nirvana
Este blog despede-se de todos com simpatia e agradecimento pelos momentos agradáveis.
Provavelmente renascerá noutro qualquer lugar da blogosfera com outra forma e outra maneira de estar.
Obrigada!

sexta-feira, dezembro 29, 2006

2007 - O ano do Porco


Júlio Pomar ( autor da tela na foto) gostava deles, dos porcos, mas eu confesso que não é bicho que me motive grandes ponderações.
Porém o ano lunar que se avizinha, para os chineses, é o ano deste bicharoco. Eu sou Cavalo, de Fogo, exclusivo de anos bissextos e que acontece apenas de 60 em 60 anos; um signo considerado muito esquisito na China e especula-se que fariam eliminar as crianças sob ele nascidas, especialmente se fossem meninas. Nunca percebi porquê...
De qualquer forma já vamos assistindo a alguns aproveitamentos comerciais como e o caso do relógio da Swatch, feioso por sinal.
O novo ano promete ser um mergulho no conhecimento: "Júpiter influencia para a busca de um conhecimento maior de si, do outro e de tudo que está ao redor e favorece a ânsia pelo conhecimento profundo, que vai além do que já existe. Júpiter é o desejo, é a ousadia impulsiva, o que leva o indivíduo adiante, mas como tudo tem duas faces, o ano terá favorecido o aspecto do exagero, da falta de limites" (http://port.pravda.ru/sociedade/cultura/27-12-2006/14647-anodoporco-0)
Estes são alguns dos aspectos astrológicos para quem se pela por estas coisas, não é bem o meu caso, mas tinha que escrever aqui qualquer coisita nem que fosse como pretexto para vos desejar a todos um Feliz ano Novo!!!
De preferência que nos calhe em sorte porcos gordos e luzidios, porque de leitões escanzelados estamos todos fartos...

quinta-feira, dezembro 28, 2006

Countdown to the desapointement


O que é um desapontamento? É um estado de espírito, uma tarefa inacabada, um meio passo de dança a caminho do abismo? Rodopiando à volta dos corações decepados o que vemos? Dor, mágoa, privação externa de sensações?
Quem somos nós quando alguém nos desaponta?
Existimos nós dentro dessa pessoa ou ela viveu tempo de mais dentro de nós?
Somos o quê quando amamos alguém? Somos o amor, somos a pessoa, somos o sentimento, somos a parcela que quer ser e sair de nós ou viramo-nos para dentro introspectivamente e ficamos a contemplar, em expectativa, o que essa pessoa faz nascer?

Quando decidimos decidir que não amamos nem queremos saber de alguém que processo decide coexistir com a nossa vida normal, de todos os dias?

Dentro de mim vi e gostei de sentir o que aquela pessoa era quando estava comigo. Vi-o crescer, florescer, argumentar com pés e cabeça os pensamentos que, há poucos meses apenas, nem sabia que existiam.

Que se faz quando se desiste de trazer o coração de alguém pela mão e de se falar com essa pessoa como se ela tivesse 4 anos de idade e se encontrasse perante o casting arriscado da vida?

Como se ensina alguém a não mentir e a se desmentir na mentira? Como podemos alfabetizar um coração que se encontra no continente escuro da ignorância?
Não fazemos nada. Simplesmente nada.

Saltam dos pulmões as canções secretas de todos os adeus, beija-se as pontas dos dedos e nas teclas do computador faz-se amor com aquele ser pela última vez.
Não se faz nada porque já se fez de tudo.
As tardes e os amanheceres não conhecem espaço, não conhecem sol nem lua, não se curvam à passagem do tempo porque já nada são.

Como deixar entrar o presente dentro do corpo do passado, como amputar-lhe as pernas e não deixar correr a tinta das horas?
Não se faz nada, nada se diz.
As armas calam-se no derradeiro disparar das palavras e decide-se que nenhuma outra guerra terá razão para ser travada.
Quem somos quando dizemos, finalmente e aliviados, adeus a alguém?
Não dizemos.
Deixamos que a areia, grão a grão, fique presa na teia da saudade, pingando memórias.
Como saímos de dentro de uma história de paixão e deixamos a razão dominar os nossos sentidos? Como partimos as pontes e fechamos as portas e tapamos as janelas?
Não o fazemos.
Alguém foi e não é mais, tão sómente.
Esgravatam-se peças pequenas e solitárias dentro do peito e descobrimos não existir nada... se calhar nunca houve nada para existir, como uma planta cuja àgua nunca foi esboçada.
Como percebemos que alguém não é bom? Que jamais se increveu no nosso clube, nem ceou à mesa do nosso partido nem nunca votou na freguesia do nosso coração? Essa pessoa é digna de nós? Esteve algum dia do nosso lado?
Não é. Não foi. Nunca será.
Ficamos nós e seguimos em frente pingando de dor, pingando no desapontamento teórico do que nunca foi, não será, não teve de ser, nunca foi.

Se foi o destino que me colocou os pés na poeira desta estrada, o acaso arrancou-me do mesmo traçado.

Os passos do afastamento são dados da ponta dos dedos ao calcanhar e nada custa mais a precorrer que a autoestrada que tem por fim a terra do nunca.

Não a terra das crianças alegres e despreocupadas que se recusam a crescer e ainda bem, mas sim aquela que não tem cor, não se vê de tão esbatida pelo andar dos caminhantes, muitos e todos os dias a fazem.
Esta terra do nunca é aquela que não está nem esteve, que não é tua nem é minha porque nunca por nós foi desenhada.

No espelho não estás tu nem estou eu, nunca mais estaremos nós, porque não somos matéria espelhável. Somos os vampiros que não se vêm , somos ...? Não... não somos... nunca fomos.

Agradecimentos: Mais uma vez "roubei" arte ao site 1000 imagens. A foto é de João Castela Cravo e chama-se " A Jornada". Uma foto bela, doce e solitária.

terça-feira, dezembro 26, 2006

quinta-feira, dezembro 21, 2006

Deus usa batôn


Seria perfeita a vida se a todas as criaturas, em criança, fosse dada a hipótese de escolherem bem, com sabedoria, o rumo a dar às suas vidas.

Especialmente as mulheres.

E porquê? Porque desta forma exerceriam total controlo sobre as suas vidas.

Na minha opinião, os seres humanos têm uma existência cada vez mais incerta. Alguns de nós optam mesmo por ser algo nómadas. As mulheres têm, a meu ver, uma dificuldade maior, nos dias que correm, em evitar alguns dos excessos que nos coram as faces, quem sabe por tendermos para a rebeldia e para a teimosia, mas somos mais abertas ao ensinamento. Mas temos desejos, tantos desejos...

Desejos de carreira, de dinheiro, de busca de notoriedade entre pares e entre os homens, porque queremos ser belas, elegantes, cultas e independentes. Queremos ser melhores que os homens e mais inteligentes, queremos ter mais e melhor que eles.

Nesta luta desenfreada do ter tudo ou nada provavelmente esquecemos algumas das leis mais elementares do universo, uma delas diz-nos que tudo deve ser feito em equilíbrio. Não acontece sermos brilhantes ou geniais apenas por agarrarmos alguma luz. Precisamos esbater algumas das tedências negativas que carregamos com o nosso género.

De lembrar que todos os embriões começam como meninas, no início da gestação, para depois, por acções hormonais diversas, uma percentagem de fetos transforma-se em meninos.

Isso significa que bem no início das nossas vidas uterinas todos somos, de facto, mulheres.

As mulheres são mais fortes, mais espirituais e mais sábias em praticamente todas as etapas das suas vidas, está provado, inclusive, que as mulheres utilizam uma maior quantidade de àreas do complexo tecido do cérebro que os homens.

No entanto, carregamos o estigma da energia negativa do universo devido à sua tendência ancestral de se transformarem em vítimas, sendo assim subservientes ao homem.

Se as leis do universo são simples, deveriamos chamar a nós a tarefa de tornar os nossos homens melhores mas deparamo-nos com a dura realidade que tal, poucas vezes, acontece.

Mas, mesmo assim, precorremos toda a nossa vida esperando que alguém nos complete, que a nossa alma gemea se revele para nós; desapontadas verificamos que, frequentemente, essa alma não evoluiu até ao nosso nível ou nós ao dela.

O toque do divino não nos atinge a todos de igual forma sempre.

Contudo continuamos a sorrir aos nossos homens, àqueles que elegemos para prrcorrerem connosco algumas etapas das nossas vidas. E nesse sorriso queremos dizer:

- A minha alma abriu-se a ti, sinto empatia por ti e pelas tuas coisas, o meu coração abre-se para te ouvir e para ser teu amigo e dentro de mim criei espaço para ti.


Para todos homens e mulheres deste mundo : Feliz Natal

Agradecimentos: a foto do 1000 imagens é da autoria de Susana Ferreira e chama-se "Escutarmo-nos...."

"Sandra"... ou o livro da perda


Para quem tem acompanhado a odisseia da transexual "Sandra" e da sua ambição de publicar um livro, aqui está o desfecho mais que provável, infelizmente.
Afinal "Sandra" não tem talento. O livro está mesmo mal escrito. O tema é interessante mas, apesar dos meus esforços para a ajudar, a menos que haja um milagre, o livro não vai sair. Não através da nossa Editora.
São situações passíveis de acontecer a um autor, mas irrita-me que tanta porcaria seja publicada e não se dar uma chance a uma pessoa que tem mesmo necessidade de publicar um livro, por mais que uma razão.
Mas esta situação era de esperar, oxalá ela consiga publicá-lo de outra forma porém a opinião geral é que o material é tão mau que teria de ser reescrito.E depois? Isso acontece com mais frequencia do que se imagina...
Porém foi muito boa a sensação que tive de ter tido alguma influencia junto da editora chefe para que analisasse o material com abertura de espírito.
Santi em mim a centelha divina; a possibilidade remota, bem sei, de poder tocar a vida de alguém e de a mudar decididamente para melhor, neste caso para muito diferente, talves me tenha cegado.
Acho que me senti um pouco enebriada por poder ajudar... mas não consegui...

Desta vez jogámos as duas e perdemos a partida de xadrez. Fiquei com um sentimento de desgosto como quando vemos que nada mais podemos fazer por alguém que, de alguma forma, nos cativou com a sua história.

Senti a força, algures, e agora deparo-me com a fragilidade...

...apesar de tudo, tentei.


A foto é do site 1000 imagens e é da autoria de Paulo Cesar Guerra. Tem por título "Força e fragilidade"

terça-feira, dezembro 19, 2006

... na brincadeira...

Há algum tempo atrás, alguém que não lembro quem, enviou-me o link e penso ter sido esta a primeira ou segunda vez que o abri, porque não me fio em prognósticos de tarot ou coisa que o valha... mas hoje, na brincadeira, decidi abrir e jogar, fiquei espantada com o resultado cheio de sentido lógico.
Cá vai o resultado:
"Carta do dia: Ás de Espadas
Rompendo com a estagnação

É chegado o momento,de romper com a estagnação. O Ás de Espadas transborda como arcano de conselho para você, hoje, sugerindo que você corte implacavelmente todas as coisas, pensamentos, hábitos e pessoas que não lhe servem mais e que procure sustentar seus pensamentos e opiniões, mesmo que isso signifique desencadear antipatia nos outros. Este é um momento de renovação em sua vida, de idéias novas que fervilham e você poderá tomar as iniciativas que tirarão sua existência da rotina e do tédio. Prepare-se para uma nova e deliciosa aventura e não se preocupe tanto em ter uma “personalidade simpática” nesta fase de sua vida. Há momentos em que a atitude mais sedutora é aquela que não prima pela docilidade, mas que se compromete com a verdade. É quando sabemos que não estamos sendo simpáticos, mas estamos sendo honestos. Ainda que não agrademos, não há como negar o notável poder sedutor da pessoa que age com integridade – mesmo quando age de uma forma superficialmente antipática. "
Até o tarot recomenda que eu seja como a Mae West e o Groucho Max:
-"Aqueles que se chocam com facilidade, deviam ser chocados mais frequentemente " ( Mae West )
-"Não me importo de pertencer a um clube que aceita pessoas como eu como membros" ( Groucho Max )

segunda-feira, dezembro 18, 2006

O Natal...


Tinha que ser, falar desta época, não podia faltar um postezito neste sentido.
Mas vai ser curtinho porque já deito o supra citado pelos olhos. Apenas faço uma pequena alusão ao material natalício mais visível, isto é, as prendas.
Já se depararam certamente com as ditas cujas que são tudo menos aquilo que desejamos, procuramos ou que nos faz falta. Mas que se pode fazer às meias que a tia ofereçe, ou aos lenços da avozinha, ou ainda aos panos da loiça da madrinha, até mesmo às cuequitas da amiga idosa da mãe? Nada, não é? É receber e cara alegre:
- Obrigada que giras que são, era mesmo isto que eu precisava... - sorriso amarelo q.b.
...
Como já havia dito algures, este ano as minhas prendas revestiram a forma de livros, em 98% dos casos.
Se receber tantos quanto aqueles que dei, posso garantir-vos, que tenho material para ler na próxima meia-dúzia de anos.
Todos, à excepcção de alguns, gostam de dar e receber prendas, eu pelo menos adoro essas surpresas e confesso que fiz algumas acertando em cheio "na mouche". Acho que sempre tive esse dom, de dar aos outros aquilo que acredito que vão realmente gostar. E gostam.
Mas o cerne da questão deste post não passa por aí. Passa pela capacidade de agradecer uma prenda.
Quem não gosta de receber um postal, um telefonema ou mesmo um micro sms a dizer: OBRIGADA!
Pois, todos nós gostamos. Ficamos orgulhosos e felizes connosco próprios, naturalmente.
Mas... e quando quem recebe uma prenda não diz nada, não escreve, não telefona, não diz nada de nada...?
Que vos passa pela mente nessa altura?
Bem, eu falo por mim: fico com uma neura danada! Apetece-me ter o dom de rebobinar a cassete e de, para aquela pessoa em questão, mandar um pacotinho de excremento de cão sarnento e malcheiroso, de preferência fresquinho e acabadinho de apanhar!
Não me venham com a treta que é a intenção que conta! Que nada! Mesmo que não se retribua a atenção com algo de material, fica sempre bem agradecer na hora, no instante em que se recebe a prenda, ou não tenho razão?
Que faltinha de chá têm algumas pessoas que outrora apelidámos de amigos! Irrrrrrra!

Ainda bem que por vezes acontecem algumas boas surpresas da parte que quem nunca contávamos!