quinta-feira, setembro 28, 2006

Falésias



Poder-me-ão encontrar, trago um rapaz na minha memória, a casa a uma janela
da qual ele vem como um sabor à boca,
falésias onde o aguardo à hora do crepúsculo


Regresso assim ao mar de que não posso
falar sem recorrer ao fogo e as tempestades ao longe multiplicam-nos os passos
Onde eu não sonhe a solidão fá-lo por mim


Luís Miguel Nava in 366 poemas que falam de amor (antologia de Vasco Graça Moura - Quetzal pág 370)

2 comentários:

Anónimo disse...

Parabéns pela escolha do poema do Nava. É um dos maiores poetas portugueses. Tive o privilégio de o conhecer e várias vezes lanchou em minha casa. O Luis Miguel quando aparecia no Porto, trazia sempre à sua volta mais quatro ou cinco amigos, alguns, alunos e alunas de Oxford. Foi uma tragédia a notícia da sua morte. Uma poesia única. Recomendo Poemas da editora Limiar, Vulcão da editora Quetzal e O Céu Sob as Entranhas da editora Limiar.

Shaktí disse...

Graça: e que privilégio! Luís Miguel Nava tem uma intensidade invulgar na sua escrita, ao mesmo tempo é doce... gosto bastante da poesia dele. Lamento a sua morte que desconhecia, perdoa a ignorância.
Obrigada pelas sugestões literárias que já estão anotadas.
Para mim também é um privilégio ter-te por aqui a comentar.
Beijo