sábado, setembro 16, 2006

A vida de Brian - Monty Python


Hoje a actividade extra-curricular do yôga foi, entre outras coisas, a visualização do filme, que aproveitei para rever, e que menciono no título do post.
Esta comédia completamente nonsense de 1979, é uma das minhas preferidas, atendendo ao facto que não gosto de comédias como estilo cinematográfico.
Quem já viu sabe bem do que estou a falar mas para quem não viu vai aqui uma breve sinopse.
Brian nasceu no mesmo dia, hora e local ( na porta ao lado), que Jesus Cristo e desde logo a sua vida foi marcada por isso. Três reis magos enganaram-se na casa e ao entregar os presentes que tinham para o Messias, invadiram a casa de Brian recém-nascido e este nunca mais se recompôs disso, tão logo aqueles se deram conta do erro cometido .
A vida de Brian foi uma completa confusão desde essa altura, pois também ele foi seguido como redentor, por um grupo de doidos prestes a acreditar em respostas divinas quando apenas havia ali um homem absolutamente comum e pouco desejoso de despertar atenções.
Os romanos eram os Narigudos e existiam duas facções de Dissidentes que os combatiam e se combatiam entre si, recorrendo a actos "terroristas" hilariantes.
Brain segue um trajecto de vida paralela à de Jesus Cristo, mas recheada de promenores recambolestos, onde se satirisa profundamente a necessidade que os seres humanos têm de se ligar a causas absurdas e de seguir falsos profetas, acreditando estes que um Messias é a solução para todos os males esquecendo-se, inclusivé, de pensar pela própria cabeça e governar o seu próprio destino.
A profissão de Brian era ser propangandista de uma das facções de Dissidentes.
Para mim este filme é de uma actualidade espantosa e fala-nos dos burocratas que não atam nem desatam, da loucura do ser humano ao tomar o todo pela parte, dos homens e mulheres que reivindicam os direitos uns dos outros, elas querem usar barba para poder assistir e participar nos apedrejamentos, eles querem ter direito a ter filhos, aborda a noção de que tudo pode piorar, a nave de extraterrestres salva Brian de uma enrrascada e depois mete-o numa ainda pior quando se despenha contra o palácio dos romanos, e é satirizada de forma absolutamente incrível a influencia nefasta que a violencia encapotada ou explicita da progamação lúdica, tem nos mais novos
E muitas outras situações são tratadas em gags fenomenais neste filme, por isso vejam que vale a pena, mas com muito espírito critico.
A boa disposição é garantida e aconselho a vossa especial atenção ao genérico inicial e final do filme e , claro, a todos os detalhes desta imperdível película.

"Enquanto não se esquece o passado" de Graça Martins


http://www.saomamede.com/fr_exposicoes.asp?idexp=220&id_artista=

Exposição Sleeping Beauty de Graça Martins

(obrigada gatas por me terem revelado esta pequena maravilha)

Running Up That Hill - Placebo (Kate Bush Cover)


It doesn't hurt me.

You wanna feel how it feels?

You wanna know, know that it doesn't hurt me?

You wanna hear about the deal I'm making?

You *be running up that hill*

You and me *be running up that hill*



And if I only could,

Make a deal with God,

And get him to swap our places,

Be running up that road,

Be running up that hill,

Be running up that building.

If I only could, oh...



You don't want to hurt me,

But see how deep the bullet lies.

Unaware that I'm tearing you asunder.

There is thunder in our hearts, baby.

So much hate for the ones we love?

Tell me, we both matter, don't we?



You, *be running up that hill*

You and me, *be running up that hill*

You and me won't be unhappy.



And if I only could,

Make a deal with God,

And get him to swap our places,

Be running up that road,

Be running up that hill,

Be running up that building,

If I only could, oh...



'C'mon, baby, c'mon, c'mon, darling,

Let me steal this moment from you now.

C'mon, angel, c'mon, c'mon, darling,

Let's exchange the experience, oh...'



And if I only could,

Make a deal with God,

And get him to swap our places,

Be running up that road,

Be running up that hill,

With no problems.



'If I only could, be running up that hill.'

Pinturas 4


trago em mim os olhos azuis do céu...

" IMANÊNCIA" - acrílico sobre tela de Isabel Lhano

Pinturas 3


não mais as grilhetas dos enganos...

" PULSAR" - acrílico sobre tela de Isabel Lhano

Pinturas 2


e a tua luz obscura, desvaneceu-se...

" ERRÂNCIA" - acrílico sobre tela de Isabel Lhano

sexta-feira, setembro 15, 2006

Conversas de gajas...


Um destes dias convidei uma amiga minha de tempos de escola para vir almoçar cá a casa uma das minhas vegetarianisses e enquanto preparava tudo deixei-a no meu quarto a ouvir musica e de volta das minhas revistas.
Dali a minutos chega-me ela com um ar de espanto com 3 ou 4 revistas nas mãos e atira-me:
- Francamente as coisas que tu lés, és a gaja mais gajo que conheço!...
Parei a meio do corte de um tomate e olhei-a ...
- Atão porquê?
- Olha para isto, ela é revistas de carros, revistas de informática, de ciencias, livros de psicologia e tratados de psiquiatria, o national geografic, livros de carros, cinema... Oh, até o jornal em cima cama está aberto na página da Formula 1!
- Olha lá ranhosa e isso quer dizer que sou tipo gajo?, riposto eu.
- Não própriamente, diz a minha amiga, mas não vejo aqui nada de temas femininos.
Larguei o tomate a meio na bancada da cozinha e levei-a de volta ao quarto. Despejei as minhas revistas de ponto cruz e os livros ácerca de vidas passadas, leitura de mãos e signos, que marcou uma fase muito pseudo-mística da minha juventude.
- Ahhhh, murmurou ela, afinal gostas de coisas de gajas também...
- E isto são só coisas de gajas minha tola? pergunto eu.
- Sim claro, as gajas gostam mais destas coisas que coisas de carros e informática e revistas científicas, tens de entender que é assim... comenta ela para se justificar.
Começei a ficar verde ás bolinhas e, sempre que assim é, cerro ligeiramente os olhos e faço um movimento respiratório para acalmar (bendito yôga...).
Mas ela conhece-me bem, fomos amigas de liceu e pintámos a manta, soltámos a franga e outras parvoíces, vezes sem conta, chorámos e rimos juntas.
- Xiiiii, disse ela, lá vêm as fúrias... Pronto, pronto, anda lá para a cozinha falar mal de gajos que isso eu sei que tu gostas!
Gargalhada geral, claro, daquelas que só nos permitimos quando estamos com alguém que nos conhece bem e com quem não temos que argumentar muito para fazer prevalecer os pontos de vista. Ou seja, entende-mo-nos e tá feito, sem artifícios, sem tangas.
Fizemos juntas o almoço, falámos das nossa misérias sentimentais o resto da tarde com umas jolas á nossa frente, comemos pipocas lá mais para a frente e claro, a conversa foi sobre homens e mais homens, como são, o que fazem e deixam de fazer, as parvoíces que dizem e as coisas bonitas ocasionais que lá se lembram de mandar para o ar.
Ela tinha um hot date á noite, despedimo-nos com um abraço e alguns insultos soft, só para rir mesmo, e lá foi ela ter com o novo gajo da vida dela.
É assim a amizade feminina. Tenho apenas duas amigas mesmo á séria, uma está a 300 km, o que é uma pena para mim, e esta que me conheçe há uns bons 20 anos, estivemos 13 sem nos vermos, mas parece que ainda temos ambas 15 de idade e estamos no liceu.
As minhas melhores amigas são completamente loucas como eu e não se assustam comigo, por isso só tenho apenas estas duas, para grande desgosto meu.

quinta-feira, setembro 14, 2006

Faces...


Desculpem hoje deu-me para isto...

quarta-feira, setembro 13, 2006

Onde nos levam os enganos

O que é um engano?
É um erro, uma divergencia, uma decisão mal tomada, um caminho seguido erradamente,um presente envenenado?
É tudo isto e muito mais.
Um engano é a credulidade numa farsa, é um pé fora do asfalto e logo se escorrega em terreno inseguro.
Ser enganado é ser manipulado, é ser devassado quando se está vulnerável, é como chorar ao som de um hino de uma causa que já morreu.
Ter sido enganado é igual a ter sido humilhado porque a mentira é a forma mais despersonalizante de despir a pele do outro ser, despi-lo e deixa-lo ao frio a tremer, observando a cena de longe cuelmente.
Ter-se enganado é como ter ambas as mãos atadas ao poste erecto da raiva, é sentir que se é estúpido mesmo que sejamos inteligentes. É ter vontade de nunca mais perdoar.
O engano é parente directo da mentira e pode sair da cartola, em passe de mágica, quando as posições que outrora sabíamos garantidas parecem, de repente, titubiantes.
O engano e a mentira são como os dentes afiados e macabros da morte que mastigam a vontade e a confiança, porque esta é doçe e desarmada.
Quem mente ou engana não admite que o faz, tal como as pessoas que têm vícios vários não admitem que os têm ou que precisam de se curar.
Na senda de ludibriar o outro, a cegueira é de tal forma grande que os pés se atropelam e as palavras saiem como se fossem ensaiadas no intuíto de falar sem nada dizer.
Olhar para o quadro torcido do engano é escutar a voz da irrealidade, ter as mãos sujas da mentira que se limpam trôpegas ao casaco da verdade, é como querer justificar um porquê sem razão.
As garras do engano cravam fundo na alma do enganado, perdedor por natureza, olhado com descrédito porque se deixou enganar, alguém se ri do seu olhar vago de vítima admitindo não haver mais nada a fazer ou a dizer.
E espera-se do enganado que este seja um imenso saco vazio de memória.

Tributo...


Tributo ao amor e á paz.

Afinal não desejamos todos amor e dedinhos de pés?

Tributo


Tributo a este mundo por ser um imenso cemitério de vontades.

segunda-feira, setembro 11, 2006

11 de Setembro


É um tema incontornável no dia de hoje. Muitos irão reflectir sobre este assunto e é bom que o façam.
Nem que seja pela razão de não tomarmos nunca a vida e a paz como garantida.
Perto de 3.000 pessoas perderam a vida há 5 anos atrás na baixa de Manhattan e acordámos todos para as vozes e as intenções dos que estão do outro lado da barricada.
Da mesma forma que nós ocidentais sempre recorremos a actos bélicos e de genocídio para fazer valer os nossos pontos de vista, o mundo muçulmano fê-lo igualmente.
Não existem inocentes em qualquer que seja a guerra ou o acto de mortandande tomada como reivindicação e/ou como forma de propaganda, apenas se contam os mortos, feridos, extropiados, desalojados e os estragos materiais finda a contenda.
Termos visto tudo acontecer em directo mudou contudo a nossa forma de estar na vida, como se não tivessemos visto já o suficiente noutras partes do mundo.
Desta feita, e neste dia específico, foi o gigante americano a cair de joelhos magoado onde doía mais e onde havia mais orgulho no seu way of life.
Mas atentados são perpetrados todos os dias, em cada segundo morre gente de forma inexplicável sem que tal incomode mais que um simples aborrecimento.
Agora o acontecimento vai servir para fazer filmes e escrever livros onde se vende o sangue vertido por vezes de forma pouco ética, não obstante os inúmeros protestos.
Esperemos que várias análises sejam feitas e que a tomada de consciencia dos erros cometidos a montante não demore o tempo que demorou aquando de outro acontecimento absurdo envolvendo a política viral dos EUA; falo do Vietnam, mas de muitos outros mais recentes.
Em dias como este vai a minha preçe para os que perderam a vida em todas as guerras, por serem ridículas e mesquinhas, por reflectirem o pior do ser humano, por demonstrarem que a intolerância é algo esmagador.
Não coloco imagens do atentado no meu blog mas aconselho a visita a outras fontes:

domingo, setembro 10, 2006

Os domingos...


Hoje é domingo, o dia nasceu claro e quente, repleto de memórias de outros tempos. Talvés tenham sido despertadas pelo cheiro do rio, ali mesmo em baixo, quando abri a janela do meu quarto ou porque é o dia em que a família se reune habitualmente.
Como noutros tempos...
Despertaríamos cedo e a azáfama da minha mãe na cozinha a embalar sandes, fruta, refrescos e a preparar o pequeno almoço, era interrompida apenas para nos beijar na façe e ao meu pai nos lábios, carinhosamente mas de fugida, havia tanto a fazer...
Era dia de praia. O dia de ontem, sábado, também o era mas o meu pai andaria ocupado nas suas pescarias e pouca companhia nos fazia. Íamos para a barra do rio Kuanza ou para a solitária praia de Cabo Ledo, situados no parque natural do Kuanza, a vários quilómetros de Luanda.
Hoje domingo o dia seria diferente. Disfrutaríamos da praia da Ilha de Luanda, do seu sol e calmaria, da companhia dos amigos, dos jogos de bola na areia branca e quente.
As ondas seriam altas e eu, sempre destemida e louca pelo mar de àguas frias, estaria lá no topo, feliz de olhos fechados, deitada de costas, para depois os abrir e encher de azul celeste os meus neurónios e sentir nos lábios o sal daquelas àguas.
Despertava com os chamados da minha mãe a pedir que saísse da àgua ou porque se assustava com esta criança destemida ou apenas para irmos comer alguma coisa.
A minha irmã, muito mais nova que eu, sempre distante e fechada, abria-se em sorrisos desdentados quando lhe pegava na mão e íamos caminhar um pouco na areia à procura de tesouros, prometia-lhe eu.
Descobriamos deslumbradas em cada ressalto do mar, debaixo da espuma das ondas, conchas e búzios, estrelas do mar, mas eu não gostava de as levar comigo por preferir vê-las ali, enquadradas.
O sol queimava-nos as costas, a maresia invadia-nos os sentidos, a areia fazia música em cada passo dado.
Éramos felizes, estávamos todos juntos naqueles dias em particular, na cidade que me tomou o coração para sempre.
As minhas memórias e muitas fotos que o meu pai guarda na sua casa, são o que me resta desses tempos.
São o meu canto particular paradisíaco para onde fujo aos domingos de manhã, seja inverno ou verão, e que me fazem engolir em seco, a pressão na garganta é muita, a vontade dos olhos é deixar cair as lágrimas, mas os sorrisos bailam distraídos quando me lembro das sandes e das laranjadas, dos gritos divertidos da minha mãe quando o meu pai lhe atirava com a bola cheia de areia, e a minha irmã, ainda muito pequena, que vacilava ao caminhar com os caracóis loiros ao vento, e o mar... aquele mar.
Olho para eles todos e bebo-lhes as feições, uma a uma, e penso que nunca serão tão meus como foram outrora, naqueles domingos de praia, completamente perfeitos, há muitos mesmo muitos anos.