quinta-feira, novembro 23, 2006

Agressões físicas


Hoje de manhã a caminho do trabalho fui vítima de uma louca que me agrediu. Isso mesmo, bateu-me.
Em pleno autocarro cheio de gente, o azar bateu-me à porta sob a forma de alguém que não gosta de apertos nos transportes nem dos costumeiros empurrões para entrar.
Fui à esquadra de polícia da Pç do Comércio apresentar queixa e deparei com um enorme profissionalismo de um dos agentes que me atendeu e do apoio que me deu. Ponto deveras positivo; para me acalmar acabámos por falar um pouco de livros quando revelei o meu local de trabalho. Já lhe mandei um porque a sua simpatia foi enternecedora.
Detesto, por princípio, tecer considerandos de tipo alarmistas ou castastróficos quanto à sociedade em que vivemos, nem que seja pelo facto de viver nela e ser sujeita aos seus "agentes poluentes" mas também por acabar por contribuir, mesmo que de forma inconsciente, para essa poluição comportamental. Igualmente porque as pessoas más são muitas mas as boas também existem; hoje convivi com as duas faces da moeda, infelizmente da pior maneira.
Porém não consigo deixar de pensar que as pessoas estão a enveredar por caminhos assustadores sem se deterem para pensar em soluções pacíficas e da via do diálogo. Parte-se para uma agressão física na primeira hipótese sem equacionar prós e contras de outra solução.
Vi-me assim obrigada a contribuir, desta feita, rasgando o véu de silêncio que todos adoptam, quase sem excepcção, com o intuito de ensinar os que agridem verbal e fisicamente os outros a não ficarem impunes.
A raiva e o ódio são sentimentos passíveis de ser dominados e geridos, explodidos nos locais próprios, ginásios por exemplo com uma boa suadela, não podem ser canalizados como dejectos e despejados nos demais, apenas porque é frustrante andar de transportes públicos em hora de ponta.
Ocorreu-me agora mesmo o arrepiante pensamento: se esta cena se tivesse passado noutro país onde as armas se vendem como rebuçados eu estaria morta, provavelmente, ou se as oito pessoas que tentaram apartar aquela mulher tresloucada dos meus cabelos, não a tivessem conseguido segurar, talves estivesse agora nas ugências de um hospital e não aqui, a escrever-vos esta história, sossegada na minha secretária.


A VIOLÊNCIA JAMAIS DEVERIA SER ENCARADA COMO UMA SOLUÇÃO... POR MUITO QUE NOS APETEÇA E A POSSAMOS CONSIDERA-LA JUSTA NAQUELA OCASIÃO.

Pensem nisso...

A todos...

Suponho que seja correcto da minha parte esclarecer os meus muito simpáticos leitores àcerda do post e comentários de ontem. Então cá vamos:
1 - Não estou aborrecida com ninguém
2 - Podem colocar os comentários que acharem por bem, isto incluí piadas ou anedotas
3 - Agradeço que continuem a fazê-lo
Ponto de honra: respeito por mim, pelo blog e pelo conteúdo do post, para não ter de apagar comentários o que me desagradaria por princípio de liberdade de expressão, mas também me desagradam opiniões que visem apenas ridicularizar ou afrontar quem escreve. Os blogs são locais públicos mas não são WCs ou sarjetas para serem despejados sub-produtos originários de humores dispépticos ou de frustrações de vária índole.
Nota : seja lá por que razão for este blog não é lido nem comentado por mulheres, o que me desgosta mas não será por aí que a burra vai às couves, por isso gosto de trazer assuntos polémicos e que façam, pretensão a minha provavelmente, as pessoas pensarem em temas sobre os quais não se debruçem vulgarmente. Pelo facto de não contar com visões ou versões femininas extra a própria, isso faz com que estejam vocês homens em maioria. Por se tratar de um facto, chamo a vossa atenção para o princípio democrático da equidade e da decência: uma multidão contra um indivíduo apenas, não nos faz sentir nem humanos nem bons. Por isso o respeito é FUNDAMENTAL.

Temas como o que aqui ontem foi exposto, foi escrito de forma a não melindrar ninguém, escarnecer ou fazer sentir algum tipo de inferioridade ou superioridade. Se aos homens não agrada o que as mulheres inteligentes, saudáveis e independentes falam na vossa ausência, creiam que nós aguentamos comentários de mau gosto, assédios, improbérios, más formações, em suma, violações de integridade física e moral há centenas de anos e tentamos sempre, falo por mim e pelas mulheres que tenho a honra de conhecer, sabemos o que dói por isso NUNCA VAMOS POR AÍ.

Tudo o restante que não refiro conto com a vossa inteligência para deduzirem.

quarta-feira, novembro 22, 2006

O pénis como documento


Mais um dia para as amigas. Foi ontem. Dia de bola para os comuns mortais e para nós mais um encontro de conversa animada e animante.
Desta feita fomos apenas três do grupo que se juntaram nas galerias do Chiado para dar umas valentes gargalhadas ao som dos golooooo!!! sempre que a equipa portuguesa em campo ia, aqui e ali, marcando.
Sejamos nós de que clube formos é, no mínimo, patriótico defender quem quer que seja que vista as cores portuguesas e esteja em campo a dar uma abada aos congéneres estrangeiros.
E por falar em marcar golos...
Bem, não nos reunimos em prol da actividade desportiva mais amada em Portugal ou no mundo, reunimo-nos para disfrutar da companhia umas das outras. Simplesmente.
A conversa ora decorria em inglês (uma de nós é proveniente da Hungria e ainda não domina o nosso idioma), ora em português, o que é sempre engraçado para nós e até para quem assiste, o que inevitavelmente acontece quando um grupo de raparigas se diverte sem machos por perto.
Falamos sempre imenso. Sobre livros, viagens, os nossos trabalhos, sobre o Natal que se aproxima e, claro, sobre "eles"... para variar.
O tema divergiu para um certo "materialismo picante" e eu vou ser comedida pois o meu blog não é "desses". Falávamos de pénis, sim é verdade, á hora do jantar deu-nos para comentários sobre estas "guloseimas".
Como são, a cor da pele, a textura, o calor, o comprimento e grossura. Concluímos então que alguns dos membros viris são tão grandes como hastes, estendendo-se orgulhosamente para a frente, outros são mais pequenos e envergonhados, outros ainda cor-de-rosa e macios como pequenos leitõezinhos, com veias pouco cheias. Mas há-os também de pele escura, mesmo que o homem não seja de raça negra, repletos de grossas veias que lembram a cordoalha dos navios. As curvas e desvios dos pénis também estiveram em análise, alguns parecendo autoestradas sinuosas e outros estreitos caminhos direitos.
O membro masculino pode ser orlado por uma profusa manta de pêlos ou apenas um tufo tímido e ornamentado por grandes ou discretos "enfeites". Existem ainda alguns cheios de força anímica, largos como cilindros, outros de fraca constituição.
Contudo, postas todas estas particularidades e até superficialidades de interesse feminino, chegámos à brilhante conclusão que tamanho não é documento. Apenas a grossura conta realmente e não aquilo que se chama vulgarmente "uma coisa grande". Um tamanho médio mas grosso q.b. basta-nos a todas.
Claro que a perícia do dono desse sortudo pénis é importante, ou de qualquer outro, mas isso são outros quinhentos, pode ser que um destes dias aborde esse tema, quando estiver, quiçá, mais inspirada.
Apenas não resisto a tecer um ou dois comentários sobre a perícia: é que alguns parecem estar confortavelmente "ao volante" de um robusto transatlântico quase em modo de auto-gestão, outros dão a ideia de viajarem à boleia na galáxia do sexo, numa nave cujos constantes avisos luminosos indicam que o suporte básico se encontra em "malfunction" quase permanente, ou ainda outros ostentam o seu material reprodutivo, sempre que podem, orgulhosos do que a natureza lhes deu, não obstante desconhecerem mais ou menos tudo aquilo que a experiencia de um "vintage" não necessita de alarvar.


... nem adianta explicar, pois não?...