sexta-feira, dezembro 15, 2006

O edifícios antigos e os seus fantasmas


Lisboa é uma cidade antiga e algo trágica. Existem espaços em Lisboa como não os há em mais cidade nenhuma, ou provavelmente existem, mas para nós portugueses a nossa capital é a mais bela do mundo. Compreende-se, é uma atitude bonita.
Um dos locais mais antigos, cheios de história e muito amados é a Livraria Bertrand. Em 1732, o francês "Pedro Faure abre uma Livraria na Rua Direita do Loreto e para assegurar a sucessão, casa a filha com Pierre Bertrand, um seu conterrâneo livreiro. Este, juntamente com Jean Joseph, seu irmão, dá origem à Livraria Bertrand. O negócio corria bem, mas o terramoto de 1755 acabou por devastar a Livraria. Este incidente pôs em perigo a continuação do negócio, que viria a ser abandonado por Pierre, mas o seu irmão, mais persistente, não desiste e em 1773, a Livraria Bertrand renasce na Rua Garrett, onde se mantém até hoje".
Para os que o desconhecem, os serviços admnistrativos da empresa vão ser transferidos para o edifício do Circulo de Leitores, em Benfica, para enorme tristeza dos empregados, para quem deixar o Chiado equivale a perder quase que a noção de "cidadania".
As caixas de cartão estão por todo o lado, repletas dos pertences dos seus ocupantes, a azáfama é muita mas a tristeza invadiu todos conforme os dias foram passando. Este Natal não terá, certamente, o mesmo sabor.
Ao cimo das escadas de acesso ao 1º andar do nº 29 da Rua da Anchieta, perto do arquivo geral, estava, há uns dias, a silhueta ténue do nosso fantasma. Também "ele" vai perder os amigos e companheiros de todas as ocasiões.
O cheiro dos livros não mais vai ser sentido e, em breve, o frenezim que acompanha o lançamento de uma nova obra não mais ecoará no labirinto dos corredores frios da editora.
Desde os finais do séc XVIII que neste espaço convivem dezenas de pessoas, fantasmas, livros, computadores e impressoras, elementos estes adiccionados pelos tempos modernos, é como uma fábrica de ideias que se vai calar, vão ficar apenas paredes vazias e os fantasmas serão votados ao esquecimento.
É o preço do progresso e dos imperativos comerciais e económicos, mas nem por isso mais fáceis de aceitar. Quando se abandona um local cheio de história em que cada centímetro quadrado fala com a autoridade dos monumentos, é inevitável pensar que certas situações ficariam melhores se nunca fossem tocadas; por vezes cristalizar no espaço e no tempo, como um retrato "a sépia", nem sempre pode ser considerado algo de negativo.

(os elementos históricos foram recolhidos aqui : http://html.bertrand.dalera.com/historial__q1__q20__q30__q41__q5.htm).

quarta-feira, dezembro 13, 2006

The Dears - Whites Only Party


I wanna know how you did it
you waltzed right past the door
while we struggled here at the gates and can't get through
we could've followed you
and maybe looked like fools
but who cares we'd still be true
we'd still be true
we ain't here to steal your women
well, at least that wasn't the planthere's that closet smell
makes you think you've been inside there too long
you're almost mystical
and i'm impossible
we need a miracle
a miracle
don't say i'm paranoid
it's more like just annoyed
maybe a bit destroyed
a bit destroyed
and there's nowhere else for us to run
and our time has sure as hell become
and life has just begun
it's just begun

http://www.thedears.org/ - som absolutamente viciante o destes senhores canadianos, no mínimo provocadores e muito lúcidos.

terça-feira, dezembro 12, 2006

Albuns do ano pela Radar



Amigos:
A "Minha" estação de rádio está a votos...
Podem votar nos 5 melhores albuns de 2006 e no melhor concerto que assistiram durante todo este ano.
Peço-vos que votem em http://www.blogradar.blogspot.com/ não só porque é uma rádio que vale a pena escutar mas também apoiar. Eles são pequenos mas são mesmo muito bons.
É uma estação cheia de gente amiga, excelentes profissionais e isso é, na realidade, o que mais importa.
Desde já agradeço-vos! Eu já lá deixei a minha contribuição.

The Veils - Nux Vomica

What Say you, Lord
For the olive boys down in the house of corrections
As they try for love and any form of ascension
Am I on the right train headed in the wrong direction?
What say you Lord
What say you Lord

Do you think it wrong
Do you see a long road with no one on it
And the right of men that you only learnt to forget
You see my sad wife and my high margin of profit
But you don't care at all
You don't care

What say you Lord
Now that they're breeding all our animals insane
And the remedy is growing harder to obtain
There's a white horse running wild through the switch-cane
I can hear him now
And I fear him

'Til Kingdom come
Cauight in this frenzy of elimination
Such an irreparable disintergration
My body's twitching with a ready expectation
For Kingdom come
My Kingdom!

What say you Lord
Why is the truth of this so hard to unveil?
Though it's true I never knew what this would entail
From the hands of Christ to the head of the Daily Mail
I'll see you all
And I'll raise you

What say you Lord
I wonder when this light is brought up for sale
With the weight of love and the grace of the Baleen Whale
Will the severed Heads of State be at all curtailed
Will they be here at all
-Will they be dead and gone?

What say you Lord
Of the serpent-talied, forbidden fish of the harbour
And the ready-men, defiant drinkers and charmers
All lost and summoning the face of their fathers
Can you see him now?
I can see him

What say you all
Do I believe it if I do not want it
Do I lie alone and keeps my cold hands off it
Honey, it ain't hard to loose your grip in the midst of all of this
But it ain't far to fall
It's not far at all


Nota: Uma das músicas e letras mais poderosas que ouvi nos últimos tempos! Estes meninos são da Nova Zelândia, terra agreste e bela.

Razorlight - Who Needs Love


Oooh darling who needs love?
Who needs a heaven up above?
Who needs the clouds, in the sky, not I

Oooh darling who needs the rain?
Who needs somebody that can feel your pain?
Who needs the disappointment, of a telephone call, not I
No I don't need that at all, not I

I'm, tired of love
Yeah, sick of love
I've taken more than enough
Oooh darling who needs the night?
The sacred hours, the fading life
Who needs the morning, and the joy it brings, not I

I've got my mind on other things, not I
Oooh darling who needs joy?
Who needs a perfect girl or boy?
And who needs to draw, that person near, not I
Because they always disappear, not I

And you know, I'm, tired of loveYeah
Yeah I'm, sick of love
Yeah
You give me more than enough
I'm gone!

Oooh darling who needs love?
Who needs a heaven up above?
Who needs all the arguments, who needs to be right, not I

But I just can't give up without a fight, not I
No I just can't give up without a fight, not I
No I just can't give up without a fight, not I
No no no not I
Ooh no no not I
No no no no no not I



Nota: Adorei esta letra!