quinta-feira, julho 13, 2006

2º Salão Erótico de Lisboa - o antes...

Como certamente sabem, começa hoje a 2ª edição do Salão Erótico de Lisboa. O ano passado a coisa passou-me ao lado, mas este ano tenciono ir ver, até mesmo para conseguir formar uma opinião pessoal sobre o tema.
Segundo a Agência Lusa a "grande novidade (...) do evento é a criação de uma "área lúdica", onde os visitantes poderão, por exemplo, participar de shows eróticos, tirar fotos na cama ou beber doses de bebidas directamente da boca de actores e actrizes da indústria de cinema pornográfico", citei.
Também parece que a grande atracção serão as sessões de sexo ao vivo com a participação directa de elementos do público. Nem sei se comente...
O "swing" e a sua preferencia entre os casais portugueses hoje em dia, também de acordo com a análise dos organizadores do evento, terá um enorme destaque.
Nada do que leio ou oiço da boca das pessoas me suscita qualquer comentário digno de registo, pelo menos para já.
Sómente penso que transformar a indústria da pornografia e toda a parafrenália que a cerca, desde as pessoas envolvidas ao material exposto, numa manifestação cultural de carácter quase intelectual, um enorme exagero.
Contudo, sem falsos moralismos, considero a iniciativa interessante sob o ponto de vista lúdico, porém duvido que o mesmo vá realmente proporcionar a tão desejada mudança de mentalidades na sociedade portuguesa ou sequer servir para alertar o cidadão comum para a urgente necessidade de encarrar a sexualidade sob um ponto de vista saudável e responsável.
De notar, por exemplo, que, não obstante a enorme divulgação que o sexo, nos tempos modernos, tem vindo a ter, não se assiste a uma efectiva melhoria da vida sexual de todos nós.
São vários os estudos sociológicos que apontam para o facto de, homens e mulheres, quer cultural quer psicológicamente, estarem cada vez mais "distantes" uns dos outros.
Desta forma, não obstante concordar em absoluto com estas iniciativas, acredito que a casa continua a ser construída pelo telhado.
Como podemos, nós mulheres, ter melhor sexo se tantos homens continuam a desconhecer, no todo ou na parte, a fisiologia feminina? Já nem teço considerandos sobre a parte psicológica, senão tinhamos pano para várias doses de mangas. Mas também que dizer de algumas mulheres que continuam a considerar o sexo como algo de segunda categoria nas suas vidas?
É curioso notar que, na edição do ano passado, as compras feitas pelas mulheres que visitaram os stands foram essencialmente vibradores, lubrificantes e lingerie erótica... não sei exactamente o que isto significa mas será que nos estamos a divertir mais sózinhas?
Será que necessitamos cada vez mais de fazer despertar os instintos de leão dos nossos companheiros, ocasionais ou regulares, recorrendo a objectos que constam de filmes pornográficos?
Ou será apenas que decidimos usar de toda a nossa imaginação, de forma assistida ( e porque não?...), para ensinar qualquer coisinha a esta malta masculina e aprendermos a disfrutar do nosso corpo e do deles/delas na sua plenitude?
Seja lá o que realmente for, uma feira erótica/pornográfica serve para exibir/divulgar a indústria do sexo, porque, segundo consta, movimenta mais dinheiro que a indústria da droga ou do comércio de armas ilegais. O dinheiro! ah vil metal!, esse sim é o móbil deste certame, não a mudança de mentalidades, não sejamos ingénuos.
Porque se fosse, o preço dos ingressos, seria acessível à mais baixa da nossa camada social para todos puderem ter a oportinudade de ir ver e tirar da cabeça velhissímos tabus.
Posso, a título ilustrativo, contar-vos uma história de um homem que, após visitar todos os dias do evento do ano passado, concluiu e ficou convencido dessa conclusão, que as mulheres com peso a mais, vulgarmente chamadas de gordas, não deveriam praticar sexo!! Palavras para quê? mais um artista português no seu melhor... ainda bem que não são todos iguais.
Contudo apenas análises futuras e após a realização de várias edições deste salão, se poderá tomar o pulso à libertação das fantasias sexuais dos portugueses/portuguesas médios.
Mesmo assim reservo as minhas dúvidas. Irei ver de espírito absolutamente escancarado e com uma enorme dose de bom humor, tanto mais não seja porque será como uma visita aos espaços mais recônditos e intimos da mente humana.
Na primeira edição, 35 mil pessoas visitaram o Salão Erótico, esperam-se agora 50 mil, é muita mente de primata a funcionar, mal posso esperar! ; ))
A minha mente também vai lá estar e, claro, o corpo acompanha-a, pois de certeza que as minhas sensações e de todos os outros visitantes serão absolutamente hilariantes de observar.
Quem vai, por favor, comente o que viu e sentiu, quem não for, comente também, será certamente interessante fazê-lo.

segunda-feira, julho 10, 2006

As Deusas e as Mulheres - Arquétipos I



As mulheres com as quais me identifico e cujo arquétipo evoco em mim, são as amantes do riso, de encanto irresistível, graciosas, sempre apaixonadas, sentem-se belas e atraentes.
São as Afrodite/Vénus, imortalizadas por Botticelli, a nascer emergindo do mar, acompanhada pelos deuses do vento esvoaçando à sua volta, no meio de pétalas de flores que caem.
Estas mulheres, normalmente rodeadas de presenças masculinas, são sempre uma força de renovação actuando, muitas vezes, de forma inesperada, qual pedrada no charco.
Os seus principais interesses são o prazer, o amor, a beleza, a sexualidade e a sensualidade.
Sendo por natureza exigentes, porque amam o prazer, sentem-se naturalmente impelidas a desenvolver cedo os seus traços criativos.
Infelizmente, estas mulheres, talvés mais que quaisquer outras, que cedo desenvolvem a sua sensualidade e sexualidade, têm a sua imagem profundamente degradadas pelas culturas judaico-cristãs, muçulmanas ou de características marcadamente patriarcais, sendo demasiadas vezes ostracizadas porque, de alguma forma, desobedecem aos padrões milenares vigentes de moralidade e, nos tempos bíblicos, eram apredrejadas e/ou sentenciadas à morte, prática ainda corrente nos dias de hoje em países islâmicos.
Enfrentam igualmente a desvalorização por parte das suas famílias, os núcleos sociais primordiais por execelencia, que as consideram frívolas e até, em casos extremos, perigosas, sofrendo pressões por parte do pai e da mãe (manifestações de "mentalidade de carrasco") para que desenvolvam uma mentalidade "controlada e convencional".
Contudo, as mulheres que cultivam o amor e a paixão nas suas personalidades, espalham magia à sua volta, especialmente quando amam e são correspondidas, pois fazem incidir uma luz dourada no objecto da sua afeição e, não vendo mais que beleza e perfeição, geram uma enorme aura de erotismo e magnetismo. Perante o reverso da medalha, ou seja, quando não correspondidas, são cruéis e insatisfeitas, sofrendo enormemente por não serem capazes de resistir à atracção que sentem pela pessoa amada.
Mulheres criativas por excelencia procuram sempre a fusão e união de corpos e ideias, interagindo para criar, em resultado final, algo de novo, porque criar é sensual, processo este que brota intenso e apaixonado. Criar é uma experiencia sensual como por exemplo a escrita, o papel personifica o amante, o corpo do outro, ou a pintura, a tela em branco, onde intensamente e de sentidos alerta, se cria, se transforma, até ao climax do resultado final. Após o processo terminado, ou a paixão vivida, passa-se ao seguinte, sem se deter, seguindo o quê ou quem as fascina, de preferencia de uma forma não convencional, sem o sentido de pecado.
Mulheres naturalmente carismáticas, electrizam tudo à sua volta e, mesmo sem corresponderem aos canônes de beleza convencional, atraem, podendo eventualmente nao ser objectivamente muito belas. Assustam muitos tipos de homens e são evitadas ostensivamente pelas "meninas bem comportadas".
Apesar de fascinantes, estas mulheres não se orientam para atingir elevados objectivos académicos ou de carreira, a menos que o assunto as fascine ou envolva interacção com outras pessoas, pois necessitam sempre de envolvimento emocional.
Apesar de tantas qualidades, não raro sofrem com as suas escolhas sentimentais pois atraem homens como elas, criativos, complexos, temperamentais, inconsequentes por não terem objectivos demarcados ou não serem ambiciosos, emocionalmenbte "aleijados", que se refutam a assumir compromissos, tanta vez sós e hostis, impacientes, frequentemente com sídroma de Peter Pan.
As Afrodites adoram crianças e são por elas adoradas pois mutuamente se olham sem se julgarem, a empatia é rápida porque estimulam nas crianças o desenvolvimento da sua verdadeira personalidade e criatividade, sublinhando a sua beleza interior e exterior, o seu talento natural, elogiando-as sempre.
Nesta mulher, a criança irrequieta e curiosa, quantas vezes de mau génio, permanece intacta e sempre disposta a emergir.