segunda-feira, julho 10, 2006

As Deusas e as Mulheres - Arquétipos I



As mulheres com as quais me identifico e cujo arquétipo evoco em mim, são as amantes do riso, de encanto irresistível, graciosas, sempre apaixonadas, sentem-se belas e atraentes.
São as Afrodite/Vénus, imortalizadas por Botticelli, a nascer emergindo do mar, acompanhada pelos deuses do vento esvoaçando à sua volta, no meio de pétalas de flores que caem.
Estas mulheres, normalmente rodeadas de presenças masculinas, são sempre uma força de renovação actuando, muitas vezes, de forma inesperada, qual pedrada no charco.
Os seus principais interesses são o prazer, o amor, a beleza, a sexualidade e a sensualidade.
Sendo por natureza exigentes, porque amam o prazer, sentem-se naturalmente impelidas a desenvolver cedo os seus traços criativos.
Infelizmente, estas mulheres, talvés mais que quaisquer outras, que cedo desenvolvem a sua sensualidade e sexualidade, têm a sua imagem profundamente degradadas pelas culturas judaico-cristãs, muçulmanas ou de características marcadamente patriarcais, sendo demasiadas vezes ostracizadas porque, de alguma forma, desobedecem aos padrões milenares vigentes de moralidade e, nos tempos bíblicos, eram apredrejadas e/ou sentenciadas à morte, prática ainda corrente nos dias de hoje em países islâmicos.
Enfrentam igualmente a desvalorização por parte das suas famílias, os núcleos sociais primordiais por execelencia, que as consideram frívolas e até, em casos extremos, perigosas, sofrendo pressões por parte do pai e da mãe (manifestações de "mentalidade de carrasco") para que desenvolvam uma mentalidade "controlada e convencional".
Contudo, as mulheres que cultivam o amor e a paixão nas suas personalidades, espalham magia à sua volta, especialmente quando amam e são correspondidas, pois fazem incidir uma luz dourada no objecto da sua afeição e, não vendo mais que beleza e perfeição, geram uma enorme aura de erotismo e magnetismo. Perante o reverso da medalha, ou seja, quando não correspondidas, são cruéis e insatisfeitas, sofrendo enormemente por não serem capazes de resistir à atracção que sentem pela pessoa amada.
Mulheres criativas por excelencia procuram sempre a fusão e união de corpos e ideias, interagindo para criar, em resultado final, algo de novo, porque criar é sensual, processo este que brota intenso e apaixonado. Criar é uma experiencia sensual como por exemplo a escrita, o papel personifica o amante, o corpo do outro, ou a pintura, a tela em branco, onde intensamente e de sentidos alerta, se cria, se transforma, até ao climax do resultado final. Após o processo terminado, ou a paixão vivida, passa-se ao seguinte, sem se deter, seguindo o quê ou quem as fascina, de preferencia de uma forma não convencional, sem o sentido de pecado.
Mulheres naturalmente carismáticas, electrizam tudo à sua volta e, mesmo sem corresponderem aos canônes de beleza convencional, atraem, podendo eventualmente nao ser objectivamente muito belas. Assustam muitos tipos de homens e são evitadas ostensivamente pelas "meninas bem comportadas".
Apesar de fascinantes, estas mulheres não se orientam para atingir elevados objectivos académicos ou de carreira, a menos que o assunto as fascine ou envolva interacção com outras pessoas, pois necessitam sempre de envolvimento emocional.
Apesar de tantas qualidades, não raro sofrem com as suas escolhas sentimentais pois atraem homens como elas, criativos, complexos, temperamentais, inconsequentes por não terem objectivos demarcados ou não serem ambiciosos, emocionalmenbte "aleijados", que se refutam a assumir compromissos, tanta vez sós e hostis, impacientes, frequentemente com sídroma de Peter Pan.
As Afrodites adoram crianças e são por elas adoradas pois mutuamente se olham sem se julgarem, a empatia é rápida porque estimulam nas crianças o desenvolvimento da sua verdadeira personalidade e criatividade, sublinhando a sua beleza interior e exterior, o seu talento natural, elogiando-as sempre.
Nesta mulher, a criança irrequieta e curiosa, quantas vezes de mau génio, permanece intacta e sempre disposta a emergir.

7 comentários:

Francesca disse...

Eu sou uma mulher dessas :)

Obrigada pelo teu comentário!!!!

Beijo

Shaktí disse...

Ainda bem!!! ;)))
Obrigada eu por teres comentado.

Beijos

Nuno Lourenço disse...

Sindroma de Peter Pan??? Não conhecia á por se sentiram pequeninos??Gostei de ler o post, beijo.

Shaktí disse...

Não sabes o que é o síndrome de Peter Pan??
Aí tens uma coisinha gira para aprender...
Aqui vai uma pista: não é um complexo por o terem pequenino...
...
; ))

Shaktí disse...

Sim as Mulheres são Deusas, e as Deusas são Mulheres.
Este universo imenso alberga as Deusas da nossa existência, mães, irmãs, amigas...
Estão presentes em cada gesto nosso, em cada olhar, em cada frase que dizemos, por isso aprendemos a nos ultrapassar, em cada dia, em cada hora, em cada centelha de um novo dia.
Obrigada por teres estado aqui Deusa.

Anónimo disse...

Olha... eu já sabia que eras reguila....
Gosto dos teus artigos... és muito frontal...
beijos

Shaktí disse...

Ah obrigada por teres aparecido JM!
Sim frontal é comigo mesmo, para mal dos meus pecados ;((
Mas continuo a achar que as que se perdem são as que deixamos cair ao chão, as opiniões, claro rsrsrsrs.
Volta sempre
Bjs