quinta-feira, dezembro 21, 2006

"Sandra"... ou o livro da perda


Para quem tem acompanhado a odisseia da transexual "Sandra" e da sua ambição de publicar um livro, aqui está o desfecho mais que provável, infelizmente.
Afinal "Sandra" não tem talento. O livro está mesmo mal escrito. O tema é interessante mas, apesar dos meus esforços para a ajudar, a menos que haja um milagre, o livro não vai sair. Não através da nossa Editora.
São situações passíveis de acontecer a um autor, mas irrita-me que tanta porcaria seja publicada e não se dar uma chance a uma pessoa que tem mesmo necessidade de publicar um livro, por mais que uma razão.
Mas esta situação era de esperar, oxalá ela consiga publicá-lo de outra forma porém a opinião geral é que o material é tão mau que teria de ser reescrito.E depois? Isso acontece com mais frequencia do que se imagina...
Porém foi muito boa a sensação que tive de ter tido alguma influencia junto da editora chefe para que analisasse o material com abertura de espírito.
Santi em mim a centelha divina; a possibilidade remota, bem sei, de poder tocar a vida de alguém e de a mudar decididamente para melhor, neste caso para muito diferente, talves me tenha cegado.
Acho que me senti um pouco enebriada por poder ajudar... mas não consegui...

Desta vez jogámos as duas e perdemos a partida de xadrez. Fiquei com um sentimento de desgosto como quando vemos que nada mais podemos fazer por alguém que, de alguma forma, nos cativou com a sua história.

Senti a força, algures, e agora deparo-me com a fragilidade...

...apesar de tudo, tentei.


A foto é do site 1000 imagens e é da autoria de Paulo Cesar Guerra. Tem por título "Força e fragilidade"

5 comentários:

Nuno Lourenço disse...

Pois isso é verdade há tanta coisa ai que não devia ser tops de vendas quanto mais ser públicada, tanto a nivel de literatura como a nivel musical, mas porque a pessoa em questão não arranja alguém que lhe escreva a livro?

Pedro Mendonça disse...

exacto, porque não escrever por ela?

abreijos

Shaktí disse...

António:Bem, a essa vossa questão não vou poder responder. Penso que, de alguma forma, alguém a irá ajudar... espero eu... Quem sabe tu mesmo...

Pedro Mendonça disse...

quem sabe...

...

gostava...

António disse...

Há uma linha imensamente estreita entre o publicável e o não publicável.
Assim, recuperemos a memória e percebamos o que por aí anda com mais ou menos qualidade.