O que mudou realmente nas atitudes das pessoas perante os relacionamentos vulgarmente apelidados de amorosos, a ponto de serem re-nomeados de uma forma tão radical?
Há uns anos atrás, não tantos como isso, era-se amigo de alguém, saía-se com essa pessoa, andava-se com ela, ia-se para a cama, e não se perdia nenhuma destas fases, umas não excluíam as outras.
Porque razão se passou do querer muito para o querer quase nada? É tudo preto e branco, não cabem aqui graus de cinzento neste espectro?
Não poucas vezes coloco a questão a diversas pessoas de diferentes faixas etárias, extractos sociais, graus de escolaridade e interesses distintos, a ambos os sexos, hetero ou homossexuais, o que afinal vem a ser esta figura da amizade colorida?
Obtenho sempre respostas mais ou menos desconexas mas uma sai sempre da cartola quando se fala destas coisas: ausencia de compromissos.
Então fico para aqui a moer ideias e analiso o conteúdo semântico da palavra amizade que quer, em suma dizer, afeição, boas relações, dedicação. Amigo é aquele que se quer bem, é a pessoa amigável que destacamos no nosso círculo de conhecimentos e a quem dedicamos o nosso tempo, algum claro, a quem escutamos e que nos escuta a nós, e com quem passamos, de forma divertida e por vezes menos divertida, pedaços, maiores ou menores, da nossa vida.
Há os amigos de infância, os da adolescência e os da idade adulta, cada qual com o seu grau de importância e longevidade, com quem partilhamos interesses diversos em ocasiões distintas.
Então se assim é, porque se pensa que ter amigos não implica ter compromissos com eles?
Fechamos a cara e a porta a um pedido de ajuda? Ignoramos uma ocasião de diversão ou de partilha de coisas menos boas com alguém, porque apenas nos norteia um objectivo?
Existem assim tantos bons amigos e um grau de amizade tão grande e de tanta qualidade, que nos obrigue a compactuar com um sub produto da amizade como é esta de cariz marcadamente sexual, que dá pelo nome de amizade colorida?
Não se faz sexo com os amigos, faz-se com os amantes/namorados (as), etc.. Podem ser amigos também, mas aí apenas porque se quer ir para a cama com eles não se comtempla a premissa do compromisso, no sentido menos trágico do termo?
Porquê?
As pessoas com quem se trocam fluídos corporais são merecedores de uma menor dose de respeito e consideração que aquelas com quem vamos ao cinema, tomar um café, vamos ver um jogo de futebol?
Se assim é porque se passa isto afinal?
Tenho a ideia que só se vai para a cama com alguém quando existe atracção física, química, algum entendimento intelectual de preferencia, experiencia mais ou menos similar, se bem que não é de todo indispensável, mas pelo menos algo que me motive grandemente.
Não poucas vezes coloco a questão a diversas pessoas de diferentes faixas etárias, extractos sociais, graus de escolaridade e interesses distintos, a ambos os sexos, hetero ou homossexuais, o que afinal vem a ser esta figura da amizade colorida?
Obtenho sempre respostas mais ou menos desconexas mas uma sai sempre da cartola quando se fala destas coisas: ausencia de compromissos.
Então fico para aqui a moer ideias e analiso o conteúdo semântico da palavra amizade que quer, em suma dizer, afeição, boas relações, dedicação. Amigo é aquele que se quer bem, é a pessoa amigável que destacamos no nosso círculo de conhecimentos e a quem dedicamos o nosso tempo, algum claro, a quem escutamos e que nos escuta a nós, e com quem passamos, de forma divertida e por vezes menos divertida, pedaços, maiores ou menores, da nossa vida.
Há os amigos de infância, os da adolescência e os da idade adulta, cada qual com o seu grau de importância e longevidade, com quem partilhamos interesses diversos em ocasiões distintas.
Então se assim é, porque se pensa que ter amigos não implica ter compromissos com eles?
Fechamos a cara e a porta a um pedido de ajuda? Ignoramos uma ocasião de diversão ou de partilha de coisas menos boas com alguém, porque apenas nos norteia um objectivo?
Existem assim tantos bons amigos e um grau de amizade tão grande e de tanta qualidade, que nos obrigue a compactuar com um sub produto da amizade como é esta de cariz marcadamente sexual, que dá pelo nome de amizade colorida?
Não se faz sexo com os amigos, faz-se com os amantes/namorados (as), etc.. Podem ser amigos também, mas aí apenas porque se quer ir para a cama com eles não se comtempla a premissa do compromisso, no sentido menos trágico do termo?
Porquê?
As pessoas com quem se trocam fluídos corporais são merecedores de uma menor dose de respeito e consideração que aquelas com quem vamos ao cinema, tomar um café, vamos ver um jogo de futebol?
Se assim é porque se passa isto afinal?
Tenho a ideia que só se vai para a cama com alguém quando existe atracção física, química, algum entendimento intelectual de preferencia, experiencia mais ou menos similar, se bem que não é de todo indispensável, mas pelo menos algo que me motive grandemente.
Para todos os efeitos essa pessoa vai ter acesso ao mais íntimo de nós, vai ver-nos sem roupa, sem artifícios, vai ver-nos despenteados, sem maquilhagem, a transpirar, a dizer e a fazer coisas que não admitimos para todos no dia-a-dia, vai introduzir em nós partes da sua anatomia.
Vamos lá dissecar esta ideia.
Não passa pela cabeça de ninguém, suponho eu, que ter sexo com alguém obrigue ambas as partes a contraírem matrimónio, ou a usarem uma aliança de comprometidos, se é que tal ainda se pratica. Seria absurdo, claro.
Não passa pela cabeça de ninguém, suponho eu, que ter sexo com alguém obrigue ambas as partes a contraírem matrimónio, ou a usarem uma aliança de comprometidos, se é que tal ainda se pratica. Seria absurdo, claro.
Porém alguém me explica porque as pessoas se consomem umas às outras pautando a sua existência pelos orifícios do seu corpo? Ou pelos seus instintos sexuais?
Partamos desse princípio, será únicamente por instinto. Então se for assim deveríamos ser um dos povos mais contente e satisfeitos da Europa, porque o sexo sendo bom, provoca uma descarga de adrenalina e de endorfinas capaz de nos colocar nas núvens.
Então porque são tantos os relatos de pessoas insatisfeitas, magoadas, que copulam por hábito, por razões de coleccionismo, por acumulação de experiencias apenas com carácter de uma queca diferente = a uma pessoa diferente?
Não levanto estas questões por ser uma púdica, longe disso, muito longe mesmo. As minhas perguntas têm a ver com um estado de coisas, instituídas a uma escala absurda, que grassa de forma descontrolada, em novos e em menos novos.
Então, digam-me lá, se eu for para a cama com alguém não posso ir ao cinema com essa mesma pessoa, por exemplo? E se essa pessoa não aceitar ir ao cinema comigo por preferir apenas sexo, isso não será o suficiente para mandá-la pastar a cabra para outras paragens?
É que se desejos fossem cavalos estávamos todos enterrados em estrume até às àxilas, não vos parece?
Se ao desejar-se alguém de uma forma únicamente sexual não se estará a cair num erro crasso e a diminuí-la na sua forma de ser e de estar na vida? Não estaremos a perder a oportunidade de realmente conhecer pessoas interessantes e fazer dessas pessoas amigos?
Como se pode imaginar que se troca suor, energias, tempo, desejos, sem haver compromisso com o que essa pessoa sente ou pensa, em algum grau?
De que forma é possível viver únicamente desta forma, tão profundamente solitária e egocêntrica?
Será que as pessoas todas deste país, porque nem quero falar de outras paragens, são assim tão burras, desinteressantes, bacocas, feias, mal vestidas, acéfalas, ordinárias ou falsas que não será possível fazer com elas outra coisa, e desculpem-me o termo, que não seja foder?
Teremos todos, sem excepcção, a absoluta certeza que quem levamos para a nossa cama é assim tão deslumbrante, por fora e por dentro, que só seremos dignos da sua companhia por uma única vez e apenas para desenvolver uma única actividade?
Ou, visto pelo nosso lado, somos assim tão de tal forma únicos e incomuns, possuídores de um carácter fascinante e flamejante, de tirar de tal forma a respiração, que não permitimos que uma outra pessoa partilhe do calor do nosso corpo mais que uma vez ou que disfrute da nossa companhia para nada mais além de sexo, corriqueiro e banal, ou mesmo bom que seja?
Partamos desse princípio, será únicamente por instinto. Então se for assim deveríamos ser um dos povos mais contente e satisfeitos da Europa, porque o sexo sendo bom, provoca uma descarga de adrenalina e de endorfinas capaz de nos colocar nas núvens.
Então porque são tantos os relatos de pessoas insatisfeitas, magoadas, que copulam por hábito, por razões de coleccionismo, por acumulação de experiencias apenas com carácter de uma queca diferente = a uma pessoa diferente?
Não levanto estas questões por ser uma púdica, longe disso, muito longe mesmo. As minhas perguntas têm a ver com um estado de coisas, instituídas a uma escala absurda, que grassa de forma descontrolada, em novos e em menos novos.
Então, digam-me lá, se eu for para a cama com alguém não posso ir ao cinema com essa mesma pessoa, por exemplo? E se essa pessoa não aceitar ir ao cinema comigo por preferir apenas sexo, isso não será o suficiente para mandá-la pastar a cabra para outras paragens?
É que se desejos fossem cavalos estávamos todos enterrados em estrume até às àxilas, não vos parece?
Se ao desejar-se alguém de uma forma únicamente sexual não se estará a cair num erro crasso e a diminuí-la na sua forma de ser e de estar na vida? Não estaremos a perder a oportunidade de realmente conhecer pessoas interessantes e fazer dessas pessoas amigos?
Como se pode imaginar que se troca suor, energias, tempo, desejos, sem haver compromisso com o que essa pessoa sente ou pensa, em algum grau?
De que forma é possível viver únicamente desta forma, tão profundamente solitária e egocêntrica?
Será que as pessoas todas deste país, porque nem quero falar de outras paragens, são assim tão burras, desinteressantes, bacocas, feias, mal vestidas, acéfalas, ordinárias ou falsas que não será possível fazer com elas outra coisa, e desculpem-me o termo, que não seja foder?
Teremos todos, sem excepcção, a absoluta certeza que quem levamos para a nossa cama é assim tão deslumbrante, por fora e por dentro, que só seremos dignos da sua companhia por uma única vez e apenas para desenvolver uma única actividade?
Ou, visto pelo nosso lado, somos assim tão de tal forma únicos e incomuns, possuídores de um carácter fascinante e flamejante, de tirar de tal forma a respiração, que não permitimos que uma outra pessoa partilhe do calor do nosso corpo mais que uma vez ou que disfrute da nossa companhia para nada mais além de sexo, corriqueiro e banal, ou mesmo bom que seja?
Deixemo-nos de tretas! A amizade colorida é o maior embuste que alguém alguma vez se lembrou de inventar, não serve para nada de realmente útil! Até parece que estamos em guerra mundial onde não há tempo nem para limpar armas!
Para quê tanta sofreguidão?
E depois ainda se espera do outro uma enorme dose de complacência quando quase nem se dá tempo para saber o nome verdadeiro, é só rir…
Para quê tanta sofreguidão?
E depois ainda se espera do outro uma enorme dose de complacência quando quase nem se dá tempo para saber o nome verdadeiro, é só rir…
E ainda se assiste a pessoas a perguntar se isso é importante?
Agora porque é que esta figura incongruente, desarticulada e rígida da amizade colorida tem tantos e crescentes adeptos, a ponto de quase ser encarada como uma nova religião, é que eu não consigo perceber.
Alguém, por favor, faz a fineza de me explicar? Ou nunca pensaram nisso?
26 comentários:
Sda: é impossível para ti dizeres coisas sem jeito, não cabe na tua maneira de ser. Por isso tira essa ideia da cabeça, ok?(**,)
Quanto a iniciar um movimento de repulsa, bem não será isso também um radicalismo?
O que disse é meramente uma reflexão pessoal, não pretendo convencer ninguém dos meus pressupostos ou idiossincracias. Nem tenho respostas para tudo, por isso pedi a vossa ajuda.
Porém concordo contigo, a amizade colorida é o contrário da amizade, por definição de termo, consubstanciada na experiencia pessoal e de outros com quem já falei pessoalmente.
Não creio que seja benéfico as pessoas cairem no extremo de assumir compromissos umas com as outras que não seja apenas pela razão que gostam ambas de mais algumas coisas que não apenas sexo. Se estiverem juntas apenas por sexo não são amigas, porque não partilham mais nada, nem contam com mais nada além disso. Se o fazem porque querem? Enfim quem sou eu para colocar isso em causa, as amizades sexuais que já mantive ou mantenho, também me dão o direito de usufruir de outras coisas com essas pessoas e elas comigo. Só por sexo? Ná, não me parece que vá por aí, ninguém é tão bom assim.
Um beijo grande para ti.
pm: não foi minha intenção atrasar o teu trabalho ou de ninguém com este post, no entanto agradeço desde já o teu precioso tempo :))))
e a partilha de algo pessoal. Eu penso que a relação que manténs com a pessoa de quem gostas extrapola a da amizade colorida de cariz estritamente sexual que tenho visto por aí. Tens uma pessoa amiga que te acompanha, com quem desabafas, para quem ligas sem que o teor da conversa seja sexo puro e duro, e vive-versa.
O amor, na sua faceta mais conceptual, não foi abordado no meu post, nem poderia ser, talvés um dia o seja, mas não foi o caso.
A amizade, nas voltas e reviravoltas das nossas vidas, não raro se transforma noutra coisa mais abrangente, mas o que me parece é que vocês, como pessoas, correram as fases todas. Descobriram-se de diversas formas que não apenas sexualmente; sexo foi a cereja em cima do bolo. Foi um bónus, por isso negam ser enquadrados na figura da "amizade colorida" e se chamam um ao outro de AMIGO. Como sabes todas as relações saudáveis e de partilha crescem e transformam-se dia a dia. E lá por terem agora um carácter mais sexual, tal não vai deixar de contemplar o carinho ou o respeito que já sentiam um pelo outro.
Se isto é amor? Não sei, mas anda muito perto daquilo que, na minha mente, posso chamar de um relacionamento ou ligação forte entre dois seres que se gostam, se respeitam e se entendem.
É um definição comprida ou complicada? Talvés, mas eu também não disse que seria curta ou simples... disse?
Nem ninguém disse tb que tinham de acelerar para descobrir...
Obrigada pela tua visita e muita sorte para esse teu relacionamento.
E lá diz o poeta "e eu e tu o que temos que fazer? Talvez fo.." Eu penso que é porque numa amizade colorida é impensavel haver amizade e numa relação de amizade é impensavél haver sexo entre ambas as partes, mas penso que isso tem haver com cada um e a forma como se encara essa realidade, e a forma como sentimos as pessoas e aquilo que elas no dizem...
Nuno: não me parece que numa relação de amizade seja impensável haver sexo, pode ser desejável ou não, agora se o sexo vem substituir tudo o resto é porque nunca existiu uma amizade real entre as duas pessoas, na minha opinião.
Obrigada pela tua participação.
Não, o que eu queria dizer é que se, e sabes perfeitamente que para a maioria das pessoas as coisas funcionam assim no momento em que exista relacionamento carnal a suposta relação de amizade que existia passa para segundo plano e provavelmente deixa de existir por deixa de se dar importância a essa amizade como sendo o principal
Nuno: roger!! percebi à primeira e a minha resposta mantém-se, roger and out!!
Obrigada pela participação
Ok roger and out!!
que eu saiba a amizade colorida é qdo tens um amigo (mesmo amigo de ir ao cinema e ouvir as tuas lamurias) e com quem, coincidencia né???, até dás umas quecas. até aqui tudo perfeito. depois por isto ou aquilo, vergonha, falta de maturidade, machismo, feminismo, evitar compromissos (sogras e coisas dessas) e bué bué de etc... classificas de amizade colorida! isto é, um dia apareces com ele numa reunião de amigos no outro dia já não... como quem diz: eh pessoal não se habituem ao par eu/ele, porque estou livre!!!
isto é fácil de dizer e definir, na realidade detestaria ser a amiga colorida de alguém e jamais usaria um amigo conforme apetites!
mas às vezes dava jeito!!!!!!!! e há quem se disponha... profundamente acho que alguma coisa vai mal qdo duas pessoas partilham tanta nudez (espiritual e fisica e todas essas coisas q dizes e bem!) e depois não conseguem resolver entre ambas as dificuldades, as xatices :-)
sartre e a simone davam-se bem...
Mónica: Jean-Paul Sartre e Simone de Beauvoir tinham uma relação cheia de excelência, nem vamos comparar m... com caramelos ao juntar na mesma frase alusões a este inspirado par e a "amizade colorida" parece-me pecaminoso ;))
mónica: voltamos à questão do respeito um pelo outro, quem usa quem e como é usado?... Faz-me pensar na letra da canção dos Eurytmics - Sweet Dreams
"Sweet dreams are made of this
Who am I to disagree?
I travel the world
And the seven seas
Everybody's looking for something.
Some of them want to use you
Some of them want to get used by you.
Some of them want to abuse you
Some of them want to be abused.
Sweet dreams are made of this
Who am I to disagree?"
Eu penso que muitas pessoas o que têm é o velho medo da intimidade e da confiança e caiem no pueril lugar comum se eu não der ele também não dá e como ele não deu eu também não dou.
Obrigada pela participação, adorei o teu blog
Eu concordo em absoluto contigo e sou assolada por estas mesmas dúvidas. E foi muito bem percepcionado da tua parte que o meu post da 'dieta' pudesse remeter a estas situações. Obrigada pela tua compreensão.
A rir anda metade do Mundo da outra metade.
Sinceramente nunca percebi porque lhe chamam amizade colorida, quando não passam de encontros fugazes, muitas vezes apenas para a troca dos tais fluidos e que não têm uma duração no tempo assim tão grande. Coisa que uma real amizade tem.
Acho é que anda tudo invertido, inventam-se nomes para relações que apenas servem interesses momentâneos.
tamos de acordo! :-)
eu já confessei que não era capaz
mas a vida dá tantas voltas e cada um amiga-se e colore-se como entende!
Visito pela primeira vez o teu blog...e adorei este post.
Para mim a "figura incongruente, desarticulada e rígida" de que falaste são mais "quecas por uma noite". Para mim o conceito de amizade colorida implica amizade (no verdadeiro sentido do termo, as conversas, os cinemas, o apoio, etc.) com o complemento sexual quando o par assim o entende.
Porque é que se está a tornar um comportamento tão corriqueiro? Eu penso que se deve à solidão, à carência, à necessidade do toque de alguém...nem que seja por breves momentos.
Parabéns pelo teu blog.
Um abraço.
Menina Rabisco
Pm: desconhecia esse facto das declarações de Simone de Beauvoir. Quanto ao amantismo esse é desejável, é sensual e dinâmico, na minha opinião e reflecte o desejo de ambos os parceiros de expandir uma relação. Quanto ao sofrimento que as pessoas temem, bem, esse assola-nos sempre e é apenas uma questão de pesar prós e contras.
Um abraço
Grace: imaginei ao ler o teu post que, lá bem no fundo, a questão tinha a ver com este tema. A paixão e o amor, para mim, são coisas diferentes e confesso que tenho dificuldades em me apaixonar por pessoas, amá-las então já nem sei o que isso é...
Mas amo profundamente a minha família, por exemplo, não obstante as suas disfuncionalidades.
Neste momento estou apaixonada pelo meu blog ;))))
Beijos para ti e obrigada pela tua visita
sea: vivemos a era do fast-food intensamente e sem objectivo, cultivamos a mediocridade, pelo menos alguns de nós.
Não me espanta que isso tivesse chegado à àrea afectiva e as pessoas olham-se como objectos descartáveis com diversos sabores, tipo pastilha elástica - lembrei-me logo da música Chiclete dos Táxi que provávelmente não conheces ; )))
Beijos e obrigada pela tua participação
menina rabisco: sabes que tenho a ideia, talvés quixotesca, que a solidão leva-nos a estados contemplativos e introspectivos. Se assim fosse o sentimento de solidão não nos levaria antes a questionar o que vale a pena? Ser tocado apenas pelo toque, prefiro tocar-me eu a mim própria, porque gosto de mim por mim mesma.
Agora o que vejo acontecer e, claro não sou detentora da verdade, é uma corrida desenfreada, um fugir para a frente. Contar tanto com os outros para acabar com a nossa soidão não nos despersonalizará?
Obrigada pelos elogios, um beijo para ti
Escrevi este texto em 2003 a propósito do amor. Porque todas as dúvidas que aqui colocas, também mim se me levantaram.Onde anda o amor e o apaixonamento entre as pessoas? Não culpabilizo só o modus vivendus em Portugal, mas sim a toda a cultura que a globalização e o Ocidente nos impera.Pertenço à geração de 60 o ser humano era solidário nas questões do amor partilhavamos a ideia de "de amor e uma cabana" hoje nada disso quase é viável o ser tornou-se mais individualista e está preso com amarras a sociedade «light» e consumista, e isso quer queiramos ou não transforma o homem nos seus comportamentos.Na maior parte das vezes sabe que ao ter somente uma amizade colorida, não tem que ter compromissos de ordem económica, e como sabem,os jovens vivem uma das maiores crises laborais de todos os tempos, sobretudo licenciados entre outros.
Este é uma das questões que ainda não tinha visto abordada,mas todas as vossas respostas são válidas.
Penso que ainda há muito a dizer sobre esta matéria
Leo
«Era véspera de Natal, estava na baixa Lisboeta, espreitava na minha câmara fotográfica um emanharado de gente, e, à surrapa aproximei-me para ver melhor. Nada mais nada menos, que uma daquelas “manifs”que servem à rien. Olhei melhor...empunhavam cartazes (com um pauzinho na ponta) tive dificuldade em ler, as frases eram curtas, mas indistintas. Aumentei a objectiva para longa distância,...e qual foi o meu espanto li –“È PROÍBIDO O AMOR”- a princípio, julguei não viver para assistir a tal coisa. Estava completamente incrédula. O meu cérebro começou a fervilhar tipo varinha mágica, flash - backs sucessivos,- via uma casal de namorados com aquele ar característico da paixão, num gesto curto e delicado, o rapaz retira do bolso, um pacotinho apinocado, oferece à sua cara metade. Desfeito o embrulho, luzinhas e toques esperam na mão da rapariga que fica tão embevecida com o seu objecto de amor, que esquece de uma vez por todas o sujeito da sua paixão- era um telemóvel de última gama; - lá estavam eles de goelas abertas....cartaz na mão «É PROÍBDO O AMOR» - olhei mais acima na direcção das nuvens, formas estranhas mas distintas; face a face um homem e uma mulher, sem se tocarem, pareciam emanar esgares de prazer e por fim um urro final- tinha acabado de presenciar um orgasmo...virtual...”extra” - sensorial (chamar-se-á assim no futuro?)
«É PROÍBDO O AMOR» uivavam-
Tive medo.O meu corpo tremia da cabeça aos pés, as lágrimas teimavam, aflita pensava-nunca mais!
e um abraço e o sexo e o cheiro e o suor, e a cor no meu corpo, nunca mais!
-GRITAVAM-“É PROÍBIDO O AMOR”
Eu chorava, doía qualquer coisa na caixa do coração - ao mesmo tempo lembrando “GROCAR” –um estranho numa terra estranha Questionava-me, PORQUÊ? – foi o consumismo? (somos todos consumíveis?) foram os Deuses? Jesus Cristo! Alá! Buda! Cheguevaras! Gandis! E tantos outros...--- parei de chorar, e percebi de uma vez por todas-
-porquê?
Tinha sido toda a humanidade. »
Leo
Leo: arrepiante o teu texto, espero que essa manif nunca aconteça na realidade.
O levantar da questão económica, para lançar alguma luz ou atirar mais uma acha para a fogueira desta troca de ideias, é pertinente. Sabemos que tudo na nossa sociedade consumista gira à volta do dinheiro, a maior parte das vezes, escasso nas bolsas do português médio.
Porém a figura do "amor e uma cabana" nunca foi a minha favorita quer se pegue nela para se brincar um pouco com as palavras quer analisando a questão de forma mais séria. De qualquer forma hoje é quase inconcebível falar em amor sem que alguém torça o nariz: ter-se-à tornado o conceito, a palavra ou o sentimento politicamente incorrecto??...
Obrigada pela tua vista e pelo teu texto.
Ligar a "amizade colorida" ao sexo?
Se alguém se lembra de uma canção do José Cid, com esse nome, diga-me onde está referida a tal amizade ao tal sexo.
Façam-me esse favor.
Façam o favor de ser felizes. Se o forem, então é porque têm entre vós muita "amizade colorida".
Saudações... bastante coloridas!
reporter: José Cid?... terás de me elucidar... As únicas boas memórias musicais que guardo desse cantor datam dos tempos do Quarteto 1111...
Ou estarás a referir-te a uma qualquer música em que ele associa um prato de gastronomia portuguesa e os beijos da sua amada?
Nada disso!
José Cid ainda hoje canta... sem 1111, independentemente dos gostos.
Acaba de lançar um cd de originais.
Não gostar é uma coisa, denegrir é outra.
E eu até nem sou grande apreciador dele.
Mantenho, com vossa permissão, o que disse sobre a "amizade colorida".
E agora vou à praia. :))))
Compreendo que coloque a questão para obter dos seus leitores uma reacção, mas sabe perfeitamente que as relações sem compromisso, vulgo amizades coloridas são práticas, económicas, e higiénicas. Não é mais Freud que explica, mas sim a Economia Consumista.
Quanto ao seu espaço, apreciei os textos e as imagens a contextualizá-los. A ver pelos comentários, não sou o único.
Gostei e voltarei.
imacedo: essa do higiénico é tremenda!!!...
reporter: não denegri mas talvés tenha escarnecido... gostos... boa praia!
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