segunda-feira, novembro 13, 2006

Quintas feiras, dias só de gajas...


Às quintas feiras quem quiser saber de mim estou na cafetaria do El Corte Inglês a tomar chá ou chocolate quente (branco, para mim) com as minhas amigas.
Todas solteiras, bonitas e agradáveis, independentes e com um sentido de humor àcido q.b.
Desta feita a conversa, para não fugir às linhas orientadoras gerais foi... homens...
Três de nós não ligam nenhuma aos homens reservando-lhe um espaço meramente coloquial. Bem, provavelmente dizer que não lhes ligamos nenhuma é figura de estilo, apenas lhes reservamos hipotéticamente o mesmo lugar que nos reservam a nós, mas com mais piada.
Contudo uma de nós vive intensamente as suas relações amorosas, apaixona-se com facilidade e anda sempre a sofrer de males de amor, hilariantes por sinal.
Porém, esta quinta feira revestiu-se de uma particularidade diferente: tinhamos audiencia!
Os empregados da referida cafetaria, aos poucos, e fingindo fazer alguma coisa apenas para eles muito importante e absorvente, foram-se abeirando da nossa mesa, bebendo em golfadas as conversas que fomos obrigadas a manter em tom mais velado, mas as gargalhadas eram sinal que algo inegávelmente interessante era ali falado.
O sexo e as manias dos nossos parceiros, mais ou menos longínquos, eram dissecadas ao promenor e as similaridades são muitas. Chegámos, assim, à conclusão que, hoje em dia, existem 3 tipos fundamentais de homens:
- os que não estão nem aí para "gaijas"; os que querem "gaijas" mas não se dão ao trabalho e os que não vêm outra coisa que não sejam "gaijas".
Se calhar não fomos inventar nada e eles sempre estiveram aí mas é interessante abordar as particularidades de cada um:
1º - os que não estão nem aí para "gaijas" são aqueles que dizem que querem apenas fazer amizades, tratam-nos como um dos rapazes, contam anedotas de fazer corar as rameiras e riem alto, mesmo das sequinhas, olham para todas as outras gajas como se fossem a Madona a tirar a roupa, mas são incapazes de nos dizer que aquela saia nos fica bem e nunca têm coragem de abordar nenhuma rapariga sem ser no meio da matilha; são os mestres do "bitaite", mas quase sem ideias originais.
2º - os que querem "gaijas" mas não se dão ao trabalho (os meus favoritos ;)), são aqueles que nos secam com conversas matreiras no msn ou por mail a descrever em pormenor as manobras de amantes que nos levarão à lua e planetas adjacentes, mas no dia em que passamos ao "ataque", porque a passividade não demove esta gente, é certo e sabido que têm sempre mais que fazer, ou porque vão à bola com os amigos, ou porque têm receio de "não se conterem"????...mesmo que os convidemos para um simples cafézinho em local público, arejado e profusamente iluminado, ou já tinham coisas combinadas, independentemente das ocasiões. Posto isto desaparecem sem deixar rasto o que não aborrece ninguém; gosto de os apelidar de "garganta funda", pois à mesma nunca se lhe vê o fundo;
3º - por fim os que não vêm outra coisa que não sejam "gaijas", são os mais comuns e uma raça em constante mutação, muito versáteis, vão acumulando experiencias atrás de experiencias mas o "modus operandi" nunca varia muito de espécime para espécime, são por vezes muito divertidos e simpáticos mas regem-se pela máxima do lobo: têm uma boca maior para nos comerem a todas, uns olhos enorme para não perderem pitada e umas orelhas descomunais mas cheias de pelo para não nos ouvirem. Porém estes estão a passar pelas vicissitudes de uma excessiva oferta não conseguindo distinguir a qualidade no meio da quantidade, e vivem uma espécie de síndrome do aquecimento global, todas lhes dão calores, mas muitos acontecem deles fora de época e por vezes graças a elementos poluentes.
Conforme a conversa foi progredindo, o elemento audiência foi-se acercando mas era notório pelos rostos deles que ficavam, ora divertidos ora semi-aborrecidos, com aquele vago semblante que quer dizer: "estas gajas têm sempre a mania que são muito espertas...!"
E se calhar até têm razão, nós temos sempre a mania que somos espertas mas lá nos vamos safando ou vamo-nos safando deles, conforme as situações.

8 comentários:

Pedro Mendonça disse...

hummm.... qual serei eu?

(tempo a pensar)

(mais tempo)

(estou a corar)

(sorrio)

Eu normalmente não estou aí nem para as gaijas, são comparsas, no entanto se a conversa aquece, aqueço logo também e afinal já quero a gaija mas não me dou muito ao trabalho e espero ser atacado.... senão o for, bom aí todas me dão calores, alías nessa fase, toda a gente maior, viva e sem coxear me dá calores!

Pronto, lá tinha eu de baralhar as teorias das meninas!

PS: não deve contar muito, visto não ser hetero! snif!

Shaktí disse...

António: não interesse se és hetero ou não, pelo menos para mim és uma pessoa como todas as outras e um amigo, virtual, claro, mas permite-me que te atribua este estatuto. Como tal não és passível de uma caracterização como esta que "nós as gaijas" elaborámos.
Um beijo

Pedro Mendonça disse...

um beijo amiga

Shaktí disse...

António: Ah, abençoados homens que sempre no dão tanto que falar! ;-))

António disse...

Não vou pensar no tipo de homem que serei aos "vossos olhos".
Sou um homem, com defeitos e virtudes.
Ah! E gosto de passar por aqui.
Beijos

Anónimo disse...

EHEHEHE Divertido!!!!
Gostei especialmente da definição nº2!!!! EHEHEHE...

Shaktí disse...

reporter: nem tu nem nós podemos ser considerados representativos da raça humana, o que são generalizações valem por si mesmas, ou seja, valem tanto quanto as pessoas se querem espelhar nelas.
Foi uma análise meramente circunstancial e que se pretendia divertida e leve. Ambos sabemos que, por vezes, muito mais ou muito menos há a dizer sobre homens e sobre mulheres. Um beijo também para ti e é sempre um prazer que por aqui passes.

Shaktí disse...

Fernando: ;-)) eu também acho um piadão aos da segunda categoria e eu bem te disse que te ias divertir. Um beijo amigo, obrigada pela tua primeira visita.