Às quintas feiras quem quiser saber de mim estou na cafetaria do El Corte Inglês a tomar chá ou chocolate quente (branco, para mim) com as minhas amigas.
Todas solteiras, bonitas e agradáveis, independentes e com um sentido de humor àcido q.b.
Desta feita a conversa, para não fugir às linhas orientadoras gerais foi... homens...
Três de nós não ligam nenhuma aos homens reservando-lhe um espaço meramente coloquial. Bem, provavelmente dizer que não lhes ligamos nenhuma é figura de estilo, apenas lhes reservamos hipotéticamente o mesmo lugar que nos reservam a nós, mas com mais piada.
Contudo uma de nós vive intensamente as suas relações amorosas, apaixona-se com facilidade e anda sempre a sofrer de males de amor, hilariantes por sinal.
Porém, esta quinta feira revestiu-se de uma particularidade diferente: tinhamos audiencia!
Os empregados da referida cafetaria, aos poucos, e fingindo fazer alguma coisa apenas para eles muito importante e absorvente, foram-se abeirando da nossa mesa, bebendo em golfadas as conversas que fomos obrigadas a manter em tom mais velado, mas as gargalhadas eram sinal que algo inegávelmente interessante era ali falado.
O sexo e as manias dos nossos parceiros, mais ou menos longínquos, eram dissecadas ao promenor e as similaridades são muitas. Chegámos, assim, à conclusão que, hoje em dia, existem 3 tipos fundamentais de homens:
- os que não estão nem aí para "gaijas"; os que querem "gaijas" mas não se dão ao trabalho e os que não vêm outra coisa que não sejam "gaijas".
Se calhar não fomos inventar nada e eles sempre estiveram aí mas é interessante abordar as particularidades de cada um:
1º - os que não estão nem aí para "gaijas" são aqueles que dizem que querem apenas fazer amizades, tratam-nos como um dos rapazes, contam anedotas de fazer corar as rameiras e riem alto, mesmo das sequinhas, olham para todas as outras gajas como se fossem a Madona a tirar a roupa, mas são incapazes de nos dizer que aquela saia nos fica bem e nunca têm coragem de abordar nenhuma rapariga sem ser no meio da matilha; são os mestres do "bitaite", mas quase sem ideias originais.
2º - os que querem "gaijas" mas não se dão ao trabalho (os meus favoritos ;)), são aqueles que nos secam com conversas matreiras no msn ou por mail a descrever em pormenor as manobras de amantes que nos levarão à lua e planetas adjacentes, mas no dia em que passamos ao "ataque", porque a passividade não demove esta gente, é certo e sabido que têm sempre mais que fazer, ou porque vão à bola com os amigos, ou porque têm receio de "não se conterem"????...mesmo que os convidemos para um simples cafézinho em local público, arejado e profusamente iluminado, ou já tinham coisas combinadas, independentemente das ocasiões. Posto isto desaparecem sem deixar rasto o que não aborrece ninguém; gosto de os apelidar de "garganta funda", pois à mesma nunca se lhe vê o fundo;
3º - por fim os que não vêm outra coisa que não sejam "gaijas", são os mais comuns e uma raça em constante mutação, muito versáteis, vão acumulando experiencias atrás de experiencias mas o "modus operandi" nunca varia muito de espécime para espécime, são por vezes muito divertidos e simpáticos mas regem-se pela máxima do lobo: têm uma boca maior para nos comerem a todas, uns olhos enorme para não perderem pitada e umas orelhas descomunais mas cheias de pelo para não nos ouvirem. Porém estes estão a passar pelas vicissitudes de uma excessiva oferta não conseguindo distinguir a qualidade no meio da quantidade, e vivem uma espécie de síndrome do aquecimento global, todas lhes dão calores, mas muitos acontecem deles fora de época e por vezes graças a elementos poluentes.
Conforme a conversa foi progredindo, o elemento audiência foi-se acercando mas era notório pelos rostos deles que ficavam, ora divertidos ora semi-aborrecidos, com aquele vago semblante que quer dizer: "estas gajas têm sempre a mania que são muito espertas...!"
E se calhar até têm razão, nós temos sempre a mania que somos espertas mas lá nos vamos safando ou vamo-nos safando deles, conforme as situações.
8 comentários:
hummm.... qual serei eu?
(tempo a pensar)
(mais tempo)
(estou a corar)
(sorrio)
Eu normalmente não estou aí nem para as gaijas, são comparsas, no entanto se a conversa aquece, aqueço logo também e afinal já quero a gaija mas não me dou muito ao trabalho e espero ser atacado.... senão o for, bom aí todas me dão calores, alías nessa fase, toda a gente maior, viva e sem coxear me dá calores!
Pronto, lá tinha eu de baralhar as teorias das meninas!
PS: não deve contar muito, visto não ser hetero! snif!
António: não interesse se és hetero ou não, pelo menos para mim és uma pessoa como todas as outras e um amigo, virtual, claro, mas permite-me que te atribua este estatuto. Como tal não és passível de uma caracterização como esta que "nós as gaijas" elaborámos.
Um beijo
um beijo amiga
António: Ah, abençoados homens que sempre no dão tanto que falar! ;-))
Não vou pensar no tipo de homem que serei aos "vossos olhos".
Sou um homem, com defeitos e virtudes.
Ah! E gosto de passar por aqui.
Beijos
EHEHEHE Divertido!!!!
Gostei especialmente da definição nº2!!!! EHEHEHE...
reporter: nem tu nem nós podemos ser considerados representativos da raça humana, o que são generalizações valem por si mesmas, ou seja, valem tanto quanto as pessoas se querem espelhar nelas.
Foi uma análise meramente circunstancial e que se pretendia divertida e leve. Ambos sabemos que, por vezes, muito mais ou muito menos há a dizer sobre homens e sobre mulheres. Um beijo também para ti e é sempre um prazer que por aqui passes.
Fernando: ;-)) eu também acho um piadão aos da segunda categoria e eu bem te disse que te ias divertir. Um beijo amigo, obrigada pela tua primeira visita.
Enviar um comentário